Carmine Galante: Chefe de rua na família criminal Bonanno

Carmine Galante vulgo Lilo e Charuto era o encabeçador do ranking como Capo/chefe de rua de fato na família criminal Bonanno — organização criminosa Casa Nostra da Cidade de Nova York, de 1974 a 1979. Galante raramente era visto sem um charuto preso entre os lábios, o que leva ao seu apelido “Charuto”.

Data de nascimento: 21 de fevereiro de 1910, Harlem, New York
Morreu em: 12 de julho de 1979, Bushwick, New York
Apelidos: Lilo – “The Cigar”
Associações: Família Bonanno, Vito Genovese, Philip Rastelli

Primeiros anos

Filho de um pescador de Castellammare del Golfo, Sicília, Galante nasceu em um cortiço do Leste do Harlem. Sua carreira no crime começou aos seus onze, formando uma gangue de rua juvenil na Zona Inferior Leste de Nova York. É o pai do renomado capo da família criminal Genovese James Galante e tio de Anthony Galante, nascido  em 1990. Enquanto era ainda adolescente, Galante tornou-se um mafioso associado durante a era da Proibição e, no fim da década, já era o principal agente aferidor. Em 1930, Galante e outros membros de gangue foram capturados pelo oficial de polícia Joseph Meenahan, tentando assaltar um caminhão em Williamsburg. Galante feriu Meenahan e uma garotinha de 6 anos que por acaso estava próxima, na batalha pistoleira que travou-se. Ambas as vítimas sobreviveram e Galante foi condenado a 12 anos e meio de prisão.

Incriminações e assassinatos

Em 1939, Galante foi solto da prisão com liberdade condicional. Já em 1940, ele esteve tocando “sicários” (assassinatos) para Vito Genovese, um dos mais poderosos mafiosos de Nova York. Amplamente supõe-se que Galante teria assassinado o jornalista italiano anti-máfia de esquerda Carlo Tresca em 1943, sob ordens de Genovese. Galante deixou de ser motorista do chefe da família Bonanno, Joseph Bonanno, para caporegime, e então subchefe. A ascensão de Galante ao poder foi parada temporariamente em 1962, quando foi condenado a 20 anos por delitos de drogas em uma apreensão de drogas arquitetada por Frank Costello e outros inimigos. Enquanto esteve em prisão, psiquiatras diagnosticaram Galante como portador de distúrbio de personalidade psicopática. Embora Costello tenha morrido em 1973 de causas naturais — Galante, não obstante a isso, mandou que bombardeassem o túmulo de seu odiado inimigo, explodindo as portas do mausoléu.

Tomada de poder

Quando Bonanno foi forçado a se aposentar, Phillip Rastelli (o “Rusty”) assumiu a família Bonanno.  Em 1974, Galante foi solto em liberdade condicional e tentou assumir o controle da família enquanto o próprio Rastelli ainda estava preso. Durante os anos 1970, Galante teria supostamente organizado os assassinatos de pelo menos oito membros da família Gambino, com quem tinha intensa rivalidade, de modo a levar a efeito uma operação maciça com tráfico de drogas. Galante foi preso num período curto em 1978 por violar sua liberdade condicional associando-se com criminosos conhecidos, mas ele foi solto após ter sido defendido pelo famoso advogado da máfia Roy Cohn.

Morte

Carmine Galante foi assassinado bem ao terminar de comer um almoço no Restaurante ítalo-americano Joe and Mary’s em Bushwick, no Brooklyn, junto de seu guarda-costas Leonard Coppola e do proprietório do restaurante/primo Giuseppe Turano. Com um charuto na boca, o mafioso de 69 anos de idade foi estourado no rosto e no peito com uma escopeta calibre 12; foi assassinado por Anthony Indelicato “Bruno”, Dominick Trinchera “Big Trin”, Dominick Napolitano “Sonny Black”, Cesare Bonventre “CJ” e Louis Giogetti “Louie Gaeta”. Todos esses homens foram contratados por Alphonse Indelicato “Sonny Red”, o pai de Bruno.

Após os assassinatos, Indelicato e os outros fugiram em um carro roubado. Após ter abandonado o carro, Indelicato foi ao pai e ao irmão (J.B.  Carnone), os quais o esperavam em um clube social de Manhattan. Uma fita de vídeo de vigilância mostra Indelicato sendo ovacionado por Carnone. Indelicato, Trinchera, Napolitano e Bonventre foram todos promovidos a capo, ou a capitães da família Bonanno.  Imagens de segurança do FBI mostram Indelicato chegando em Little Italy, em Manhattan, no Clube Social Ravenite. Esse clube, à época, funcionava de quartel-general para Anniello Dellacroce — o subchefe de longa data da Família Gambino. As imagens mostram Indelicato sendo aclamado não apenas por membros da família Bonanno, mas também por membros da família Gambino.

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Suspeita-se que os chefes das outras famílias do Cosa Nostra de Nova York tenham armado a morte de Galante. Eles supostamente viram a ganância de Galante e a ambição pelo controle do negócio de heroína multimilionário como sendo uma ameaça a todos os interesses deles. É também possível que Rastelli possa ter estado envolvido no assassinato de Galante nessa que ele assumiu a chefia da família Bonanno. Teorias não faltam, mas tem-se especulado que Galante fora apagado para prevenir que armasse uma guerra na tentativa de tornar-se não apenas chefe da família Bonanno, mas também cabeça da Comissão nacional. Em 1986, Bruno Indelicato foi condenado pelo assassinato de Galante e cumpriu vinte anos de prisão. Alphonse Indelicato, Trinchera e Giongetti foram todos assassinados na briga pelo poder que se seguiu ao homicídio de Galante, que descambou com Phillip Rastelli tornando-se o chefe da família. Rastelli tinha estado em serviço como chefe por algum tempo desde a “Guerra da Banana” e da aposentadoria forçada subsequente de Joe Bonanno.

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